Estudante universitário se preparando para fazer estágio nos EUA.

Carreira no exterior: como é fazer estágio nos EUA

Uma das principais vantagens de fazer faculdade nos Estados Unidos é ter a possibilidade concreta de fazer estágio em um dos principais mercados do mundo e, assim, impulsionar desde cedo a carreira profissional.

Estando inseridos em um ambiente de excelência acadêmica e expostos constantemente a ofertas de estágio, alunos das universidades americanas têm a oportunidade de viver a experiência profissional nos Estados Unidos em ótimas empresas ou mesmo no próprio campus.

As possibilidades variam de universidade para universidade. Algumas instituições não permitem estágio durante o ano letivo, outras restringem o número de horas, em função da demanda acadêmica, outras permitem apenas estágios no campus e há as que liberam 100%. Por isso, sempre é bom checar como é a política de estágios na sua universidade.

Independentemente da política da universidade, muita gente procura largar na frente e busca fazer estágio nas férias de verão, que são longas e permitem um bom tempo para o aprendizado. São os Summer Jobs, muito comum nas universidades no exterior.

Foi o que fez o Caio Oliveira. Hoje aluno do último semestre na Cornell University, com double major em Economia e Matemática, Caio buscou fazer estágio logo no primeiro ano de faculdade e conseguiu. Depois não parou mais.

Como é fazer estágio nos EUA?

A gente conversou com ele sobre essas experiências. Nessa entrevista, ele nos conta tudo sobre como foi estagiar nos Estados Unidos e fala ainda como esta experiência vem o ajudando no início da carreira.

Daqui pra Fora – Quando você decidiu procurar estágio e por quê?

Caio– Eu sempre quis adquirir experiência profissional e tentar aprender o máximo da área que eu quero seguir desde o começo, ao invés de apenas aproveitar as aulas. Então decidi ir atrás disso logo no primeiro ano.

DpF – Quantos estágios você fez? Onde foram?

Caio – O primeiro estágio não foi nos Estados Unidos, foi em São Paulo, na maior butique de M&A da América Latina. Lá eles dão advisory para clientes fazerem fusão e aquisição de empresas. Nos 3 meses que estive trabalhando lá aprendi muito, foi maravilhoso, mantenho contato com as pessoas de lá até hoje.

Os outros dois estágios que fiz foram nos Estados Unidos, sempre no verão, de maio a agosto. Ambos em Nova York, no mesmo banco, um dos mais importantes dos Estados Unidos.

Trabalhei na divisão de Investment Banking, que é  exatamente o que eu fazia na butique de fusões e aquisições. Mas como é um banco maior, eles também oferecem outros produtos, então trabalhei desde oferta de ações até emissão de dívida e M&A também.

Acabei fazendo de tudo um pouco, com mais foco na indústria de químicos, materiais de construção, mineração etc.

DpF – Como você conseguiu estagiar duas vezes no mesmo banco?

Caio– Lá eles te dão um estágio de 10 ou 12 semanas e no meio deste período eles te dão um feedback sobre como você está indo. No final do verão eles falam se querem que você volte ou não.

No primeiro estágio neste banco, eu estava no segundo ano da faculdade, e tive a sorte de ser chamado para outro estágio, no terceiro ano. Agora, no final do verão de 2019, eles me chamaram para trabalhar lá full time assim que eu me formar.

DpF – Como foi a experiência de trabalhar em outro país, especialmente nos Estados Unidos?

Caio– Foi bem desafiador, porque além de lidar com as questões específicas do trabalho, tem as questões do relacionamento com as pessoas e com uma cultura diferente.

O relacionamento que eu tenho com meus amigos americanos é bem diferente do que eu tenho com os profissionais americanos. Isso significa um aumento na dificuldade.

Foi bastante importante manter a cabeça aberta, observar bastante como as pessoas se comportam, olhar como elas se organizam, como as coisas são feitas, para copiar o que dá certo e evitar o que dá errado.

DpF – O que você mais aprendeu trabalhando nos Estados Unidos? Alguma coisa te surpreendeu?

Caio– O aprendizado foi grande, forte, forte como provavelmente seria em outros estágios também. Mas como lá soma-se essa barreira cultural, acho que teve bastante um componente de eu provar pra mim mesmo que, mesmo sendo estrangeiro eu consigo fazer o trabalho da mesma forma, com a mesma qualidade ou até melhor que um americano.

Acho que teve esse lado que eu sempre quis me provar e me surpreendeu um pouco que as pessoas conseguiram ver isso.

DpF – Como essas experiências te abriram portas e te ajudaram a crescer profissionalmente?

Caio– Estou indo para uma das melhores instituições na minha área profissional, e acredito que o melhor escritório de Nova York. Então isso tem um peso para futuras oportunidades.

Até porque o processo de estágio é bem seletivo, tanto dentro do estágio quanto para chegar lá. Por isso, acredito que isso seja importante para mim no futuro.

A própria experiência de trabalhar longe da família, de já criar meu círculo profissional em outro país, acho que isso tudo é importante porque é bem valorizado caso um dia eu volte para o Brasil.

DpF – Por que você recomenda para os brasileiros fazerem estágio durante o curso nos Estados Unidos?

Caio– Acho importante para aprenderem a lidar com pressão. Tem a própria pressão do trabalho em si e tem a pressão da parte cultural. É bom ainda para fazer um círculo profissional nos Estados Unidos.

É um dos países mais produtivos do mundo, então as pessoas que você vai conhecer são muito boas, assim como vários brasileiros que eu conheci aqui também o são. Mas com os brasileiros a gente já está acostumado, tem mais facilidade de conversar e de se relacionar.

Só o fato de experienciar uma coisa diferente já é muito bom. Numa entrevista, o candidato que já teve uma experiência de trabalho no exterior pode levar vantagem.

DpF – Como você conseguiu os seus estágios?

Caio– O primeiro estágio em São Paulo foi por intermédio da Daqui pra Fora. E foi muito importante. Essa experiência na butique M&A que tive no Brasil me ajudou bastante nos Estados Unidos.

É bem raro alunos de primeiro ano terem experiência em M&A. Quando apliquei para os programas dos bancos, isso chamou bastante atenção. Eu tinha boas notas e uma faculdade muito boa por trás, com os cursos que eles procuram.

Acho que eu tinha os ingredientes certos no meu currículo para ser chamado para as entrevistas. Sempre busquei construir esse perfil, que eu sei que eles olham.

DpF – Quais dicas você daria para quem quer procurar estágio nos Estados Unidos?

Caio– No processo de aplicar para estágio, é fundamental ter muita organização. Organizar o currículo, ir no career office da faculdade, eles ajudam com isso. Outra dica importante é sempre procurar fazer networking com os alunos antigos da escola, que já estão trabalhando em algum campo que você goste.

Isso pra mim foi muito importante. No meu caso, como Cornell é uma universidade que tem muito peso, os meus entrevistadores eram de lá, e isso fez o processo ser mais confortável. Além de ter organização, abra a cabeça para fazer coisas diferentes.

Mesmo que você esteja cursando ciência da computação, por exemplo, veja coisas em business, em marketing, em design. Porque no final das contas, tudo são experiências, é como você constrói a sua história, e é isso que isso conta na hora da entrevista.

Quer saber mais sobre esse assunto? Entenda como funciona o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Feira de Universidades 2024

De estudante para estudante!

Conheça mais sobre as universidades no exterior com quem está vivendo essa experiência! Estudantes falarão sobre temas relacionados a universidade onde estão.

Início dia 08/04

19h00

Mentoria em Grupo: As dúvidas mais frequentes sobre Graduação no Exterior.

Por onde começar? Como se preparar? Como conseguir bolsas de estudos? Quais atividades extras devo fazer? Diferenças entre processos seletivos (EUA vs Canadá vs Europa). Etc. Compilamos as dúvidas mais frequentes e vamos respondê-las. Além disso, iremos responder outras dúvidas que surgirem durante a mentoria.

27.03

19h00

Quer receber mais informações sobre Faculdade no Exterior?