Lápis azul fazendo marcação em gabarito.

O que são universidades “test optional”

Com o fato de praticamente todas as universidades dos EUA adotarem uma política “test optional” em 2020, o que significa que elas não exigirão que os alunos mandem resultados dos testes (SAT, ACT, SAT Subjects) como parte dos requerimentos para admissão, inúmeras dúvidas e algumas “lendas urbanas” têm surgido.

Para esclarecer as dúvidas que têm surgido sobre o tema e explicar para estudantes o que isso tudo realmente significa, seguem abaixo alguns pontos que gostaríamos de compartilhar para que todos tenham um melhor entendimento sobre como estas políticas podem impactar o planejamento do projeto de estudar nos EUA e as estratégias de preparação e realização dos testes.

Test optional é algo novo? Todas as universidades vão se tornar test optional?

Quando lemos “milhares de universidades são test optional”, isso não é novidade e não quer dizer que agora muitas delas passaram a ser somente agora.

Já há muito tempo, muitas universidades (especialmente as menos seletivas) não exigem que alunos mandem notas dos testes nas suas candidaturas, principalmente os alunos internacionais.

Nos EUA há aproximadamente 2.500 universidades e é seguro dizer que pelo menos 1.000 ou talvez 1.500 delas não usem os testes para candidatos internacionais. Mas quando analisamos as 50 ou 80 universidades mais seletivas, a grande maioria delas requer os testes e dá uma grande importância a eles.

Por que algumas universidades são test optional para alunos domésticos, mas não para alunos internacionais?

O que vale para alunos que estudam em escolas nos EUA pode ser muito diferente do que o que vale para alunos internacionais. De um modo geral os admission officers (avaliadores) conhecem mais a fundo as escolas das regiões americanas que estão sob sua análise, desta forma eles acabam não precisando tanto de uma métrica padronizada para comparar alunos de diferentes escolas.

Mas quando consideramos que alunos de centenas de países e milhares de escolas diferentes estão se candidatando, é claro que é mais difícil os admission officers conhecerem a fundo todas as escolas de todos os países.

Em muitas universidades os admission officers viajam para os países pelos quais são responsáveis, visitam algumas escolas para conhecerem seus respectivos currículos, mas não é possível garantir que eles conhecerão todas as escolas do Brasil, por exemplo.

Quando um representante de uma universidade vem ao Brasil para visitar escolas, eles vão ficar entre 3 e 5 dias no máximo, passando por 3 ou 4 cidades.

E em cada cidade conseguirão visitar e conhecer 3 ou 4 escolas apenas, o que mostra que, mesmo que eles tenham a oportunidade de vir ao Brasil, no final das contas conhecerão bem poucas escolas.

As universidades são test optional para todos os alunos internacionais?

Algumas universidades são test optional para estudantes estrangeiros desde que o candidato faça um currículo que a universidade já conheça e saiba o nível de rigor. Estes são os casos na University of Chicago, New York University e University of Notre Dame, por exemplo.

Para estudantes estrangeiros elas são test optional apenas se o aluno tiver o currículo IB (International Baccalaureate) ou algum outro currículo internacional padronizado que permita uma avaliação precisa do candidato.

Isso não quer dizer que se o candidato não tenha IB ele será mal avaliado ou terá menos chances. O que isso quer dizer é que a universidade precisará de uma outra forma de avaliação padronizada que ela conheça muito bem e possa comparar alunos de diferentes escolas e países usando uma mesma métrica. Daí a importância dos testes padronizados.

Como funciona o test optional? 

Ser test optional não significa que as universidades não vão olhar seus resultados. Quando você inclui os resultados dos testes em sua application, eles passam a ser uma parte importante na avaliação.

E como nas universidades mais seletivas a maioria dos alunos manda seus resultados, estas informações permitem que os avaliadores façam uma análise mais completa dos candidatos.

Se o admission officer tem dois candidatos igualmente fortes e está na dúvida sobre qual deve aceitar, ter os resultados dos testes de um deles pode deixá-lo mais seguro em relação a aceitar este candidato versus o outro.

O que as universidades mais seletivas dizem é que os resultados dos testes, combinados com a análise do histórico escolar do aluno, são indicadores que permitem fazer uma avaliação bem precisa sobre a capacidade do estudante ser bem sucedido em um currículo universitário rigoroso.

Apesar dos testes não serem perfeitos, eles fornecem informações consistentes e mensuráveis sobre o potencial acadêmico do aluno, principalmente quando a universidade está avaliando candidatos de centenas de países diferentes.

Fazer os testes aumenta as chances de admissão nas universidades mais seletivas?

Nas universidades mais seletivas a taxa de admissão já é baixíssima se o candidato tem uma application excelente e “completa”. Imagine então como as chances diminuiriam caso uma não tivesse um fator que permite que o admission officer faça uma avaliação mais completa e aprofundada. É um risco muito grande para se correr.

Por mais que as universidades estejam adotando uma política test optional este ano, ouvimos de alguns admission officers com quem temos relação de confiança que eles vão levar as notas em consideração e que elas os ajudam a fazer uma avaliação mais completa.

Nenhum aluno será penalizado por não mandar os resultados dos testes. Mas não há qualquer garantia de que as suas chances serão as mesmas que as de candidatos que têm notas boas no SAT ou ACT combinadas com uma boa redação.

Para ter chances de ganhar uma bolsa por mérito é necessário fazer os testes?

Em muitas universidades as bolsas por mérito acadêmico são oferecidas através de uma análise das notas do aluno na escola e nos testes. Portanto, ao não mandar as notas dos testes o candidato pode limitar suas chances de receber uma bolsa por mérito acadêmico.

Mesmo que a universidade não exija testes para fins de avaliação para admissão, ela pode (e muito provavelmente irá) usá-los para a concessão de bolsas.

Me falaram que eu não deveria enviar minha nota…

Ao ler artigos, posts ou ouvir comentários, principalmente de outros alunos ou pessoas que não são especialistas e têm muita experiência no tema, sempre cheque conosco para ouvir a nossa opinião antes de tomar uma decisão.

Por trás dos fatos é necessário fazer uma análise ampla e aprofundada para apenas então tomar uma decisão sobre a melhor estratégia a ser adotada.

E esta estratégia sempre será diferente de acordo com o perfil do aluno(a): sua escola, notas, curso de interesse, necessidade de bolsa e outros fatores. O que pode ser interessante para o seu amigo(a) não necessariamente será o ideal para você.

O que a Daqui pra Fora recomenda fazer?

Nossa recomendação é que os alunos se preparem adequadamente, se empenhem muito e façam os testes buscando as melhores notas que conseguirem. Principalmente se estudarem em escolas com currículo brasileiro e que os admission officers talvez não conheçam e não saibam o nível de exigência acadêmica.

Ter boas notas nos testes nunca atrapalhará. Se suas notas estiverem na faixa de notas dos alunos admitidos na universidade é válido mandar os resultados pois eles fortalecerão sua application.

Mas caso as notas estejam abaixo das médias dos alunos admitidos, se for uma universidade test optional, o melhor é não mandar. Porém, sabendo que a application pode se tornar menos competitiva.

No final as estratégias sempre dependerão de uma série de fatores a serem analisados para cada um ter a melhor estratégia para o seu projeto.

O ano do test optional talvez seja o ano onde os testes serão mais importantes

Por mais antagônico que seja, pode ser que 2020 seja o ano onde as notas dos testes façam a maior diferença no processo seletivo.

Por conta da pandemia, muitas escolas tiveram que mudar seu sistema de avaliação, adotando um modelo de “pass / fail”, ou arredondando as notas para cima, ou tendo provas com consulta, ou sabe-se lá qual tipo de avaliação foi adotado.

Aqui na Daqui pra Fora, inclusive, temos visto uma grande quantidade de alunos tirando notas muito mais altas em 2020 do que nos anos anteriores. Será que todos os alunos melhoraram tanto assim o seu desempenho de uma no para o outro?

Por conta das incertezas sobre como os alunos estão sendo avaliados este ano, faz sentido pensar que talvez as universidades não se sintam seguras em considerar as notas de 2020 e deem mais peso às notas dos anos anteriores.

Ou até aos testes padronizados que elas conhecem bem e permitam comparar alunos de diferentes países, escolas e currículos.

Se você quiser assistência especializada da Daqui pra Fora, basta preencher o formulário abaixo e começar uma conversa com a gente.

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