Atividades extracurriculares e seu papel na candidatura no exterior
O processo seletivo para universidades no exterior é diferente daqueles que acontecem no Brasil. Na Europa, Canadá e, principalmente nos Estados Unidos, as universidades não levam em conta apenas a nota de uma prova para selecionar os melhores candidatos. Os comitês de admissão buscam conhecer os alunos como um todo, levando em conta o perfil acadêmico e o perfil pessoal de cada um.
Por isso, as candidaturas são compostas por várias etapas e cada uma delas pode ser decisiva no momento da definição de quem é ou não aceito em uma determinada instituição.
As universidades recebem, muitas vezes, um número enorme de perfis acadêmicos bastante parecidos, com notas muito similares, o que faz com que as características pessoais ganhem força na hora de definir quem serão os próximos calouros. Então, as etapas do application que revelam quem você é merecem todo cuidado do mundo.
Uma das etapas que mais impactam a construção do perfil pessoal do candidato são as atividades extracurriculares. Juntamente com as redações e as cartas de recomendação, as atividades extracurriculares ajudam a montar o quebra-cabeça que vai mostrar para as universidades quem é você além das salas de aula.
A seguir, você vai entender melhor o que são as atividades extracurriculares, como escolher as suas e a importância de uma boa descrição de cada uma delas no seu application.
O que são as atividades extracurriculares?
Atividades extracurriculares podem ser definidas como tudo que o aluno faz fora do currículo escolar padrão, dentro ou fora da escola. Como você pode ver, este é um conceito muito amplo, então vamos focar no contexto de um apllication.
As universidades utilizam as atividades extracurriculares apresentadas pelos candidatos como uma ferramenta para conhecer melhor cada um deles. Elas devem, portanto, ajudar a revelar quem você é de verdade, ou seja: suas paixões, seus maiores interesses, suas habilidades, suas principais características pessoais, além de mostrar o que você efetivamente já fez ou construiu até aquele momento fora da sala de aula.
Podem ser atividades como estágio, projetos de pesquisa, simulações da ONU, ações em comunidades, olimpíadas de conhecimento, programas de férias, trabalho voluntário etc. Valem ainda criação de clubs (grupos com objetivos específicos), como book club, cooking club, clubs de debates; hobbies que você tem (mostram suas paixões) e ações de governança (grupos de liderança na escola, como grêmio ou conselho estudantil, por exemplo). Todos estes tipos de atividades podem estar relacionadas aos mais diversos interesses: moda, mídia, dança, artes plásticas, esportes, música, cinema, teatro, gastronomia, TV, política, economia, tecnologia, meio ambiente, astronomia, etc.
O que é mais importante?
Na hora de escolher suas atividades extracurriculares é preciso ter em mente que elas devem realmente representar quem você é, ou seja, elas precisam mostrar suas características, suas habilidades, seus interesses e preferências. Dessa forma, elas vão estar alinhadas com o restante do seu application. E isso é fundamental, porque as comissões de admissão das universidades cruzam as informações de todos os itens do application para formar o perfil final do aluno.
Porém, ao preencher o application não basta relatar de que atividade participou. Você deve mostrar o que você efetivamente fez no desenvolvimento das atividades, qual foi o seu papel, o quanto você se dedicou, o que você aprendeu e também o impacto que a atividade teve em você e no público a que ela se destinou. Por meio destas informações, você vai estar comunicando suas principais características (como liderança, comprometimento, comunicação, criatividade, capacidade de trabalhar em grupo, entre outras).
É importante saber que não é a quantidade de atividades extracurriculares que importa. Não adianta sair fazendo coisas que não estão relacionadas com o seu perfil, com a sua história e, consequentemente, com o seu próprio application, apenas para tentar impressionar os admission officers. Para eles, com certeza, não é o número nem mesmo o tipo de atividade que impressiona, mas sim a qualidade da sua participação e o impacto que cada atividade teve na sua trajetória e na de quem ela atingiu.
Um bom ponto de partida para o processo de escolha das suas atividades extracurriculares é observar as necessidades e os problemas ao seu redor, seja na sua própria escola ou fora dela, e unir isso aos seus interesses e habilidades. Por exemplo: se você percebeu que na sua escola há muito desperdício de comida, crie um grupo que trabalhe para diminuir ou solucionar este problema. Se você soube que as crianças de uma determinada comunidade indígena estão precisando de livros, desenvolva uma ação que consiga fazer chegar cada vez mais livros para este lugar. Nestes casos, você vai contar sobre o seu papel nessas iniciativas, o que você efetivamente realizou (criou, liderou, engajou), e vai trazer números que vão revelar desde o tempo que você dedicou ao projeto até o impacto de cada ação na comunidade atingida (sua escola ou a comunidade indígena).
O Programa de Preparação da Daqui pra Fora para alunos a partir do 9° ano do Ensino Fundamental, trabalha na construção do seu currículo em sessões individuais que abordam diversos tópicos e oferece um mentor(a) com a função de desenvolver as atividades extracurriculares do aluno.