Como escrever as redações nas candidaturas para o exterior?
Quem aplica para universidades no exterior deve ter em mente que o processo seletivo é muito diferente daqueles que acontecem nas universidades brasileiras. Ele é bem mais amplo e completo. Lá fora as universidades buscam conhecer cada candidato por inteiro. Ou seja, não é apenas o desempenho acadêmico do aluno que é levado em conta durante a seleção. As universidades traçam, além do perfil acadêmico, um perfil pessoal do candidato. Trata-se, portanto, de um processo holístico. O objetivo é selecionar aqueles que, além de serem bons alunos, têm características que se alinham com o perfil da própria universidade.
Por isso, a seleção é composta por várias etapas. Além das provas e das notas que determinam o nível acadêmico do candidato, há outras fases que buscam conhecer quem é a pessoa por trás das notas apresentadas: como ela pensa, o que faz, do que gosta, sua personalidade, suas experiências, habilidades e preferências. Este mosaico de informações é o material que a equipe de seleção reúne para montar o perfil final que vai determinar quem será ou não aceito em cada instituição.
Neste contexto, as redações (ou essays) são uma das principais peças deste mosaico, um dos instrumentos mais importantes da application. Porque entre tantos alunos com notas parecidas, o que pode definir o sucesso ou não da candidatura é justamente quem tirou aquelas notas. E é na redação que você vai mostrar quem você é. Por isso, é fundamental entender como ela funciona e o que é importante, para não errar e fazer a diferença nesta etapa.
De acordo com os temas, mostre quem você é
Independentemente do tema específico que foi proposto, tenha em mente que no essay você vai sempre falar sobre você. Portanto, uma boa dose de autoconhecimento vai precisar entrar em jogo para que você consiga mostrar quem você realmente é.
Os essays permitem que você fale das suas experiências, dos seus valores, das suas preferências, das suas conquistas, do que você gosta ou não gosta, do que você ainda quer conquistar e muito mais. Porém, não podem ser simples relatos. Quem vai ler o seu texto precisa perceber que você é único. E para isso você deve ser genuíno e verdadeiro, afinal o processo seletivo é um quebra-cabeça e se alguma peça não encaixar, todo o trabalho pode se perder.
Por dentro dos temas
No Common App, a plataforma que reúne applications de centenas de universidades nos Estados Unidos, os essays são Personal Statements, ou seja, possuem temas de caráter mais pessoal. São propostos 7 prompts e o candidato escolhe um deles para desenvolver. Neste caso, lembre que sua redação vai para várias universidades.
Alguns prompts comuns no Common App são: “Fale sobre algum obstáculo que enfrentou e como o superou”, “Conte sua história”, “Descreva algum momento em que você questionou seus próprios ideais”, “Reflita sobre algo que lhe fizeram que o deixou feliz ou grato”, “Fale sobre algo que te atraia tanto a ponto de fazer você perder a noção do tempo” e “O que te cativa?”.
Algumas universidades, principalmente as mais seletivas, pedem uma redação suplementar. Os temas variam bastante e é sempre importante pesquisar sobre a universidade específica antes de escrever este essay, já que neste caso você vai estar escrevendo para uma instituição específica. Muitas delas perguntam “por que você gostaria de estudar naquela universidade”, “por que você escolheu este major” ou “seu livro preferido”. E pode haver temas mais criativos, como “Liste o seu top 10” (você escolhe top 10 do que), “Se você pudesse conhecer alguém na sua vida, quem seria e o que você diria para ele ou ela?”, “Se você fosse chamado para fazer um discurso ou um TED Talk, sobre o que você falaria?”, “Defenda uma opinião impopular que você tem”, entre muitos outros.
Perceba que os temas realmente permitem que os admission officers (aqueles que trabalham nos escritórios de admissão lendo as redações) conheçam melhor quem está escrevendo.
Como escrever as redações
Não é simples mostrar quem você é, focado em um determinado tema, em 200 ou 600 palavras, que é geralmente o tamanho que os essays devem ter. Além disso, os examinadores ainda observam a estrutura do texto, a clareza, a escrita e a gramática. É bastante coisa para prestar atenção.
Vale lembrar que o tipo de redação exigida nos processos seletivos no exterior é bem diferente daquelas que compõem os vestibulares e o Enem, no Brasil, que são textos argumentativos, com os quais os estudantes brasileiros estão mais familiarizados.
Elaborar uma redação que salte aos olhos dos avaliadores não é, portanto, uma tarefa das mais fáceis, lembrando que cada um deles lê inúmeras redações diariamente. Para se sobressair, é preciso contar uma boa história, que mostre a sua essência, demonstre que você é único e que, assim, convença o admission office que vale a pena ter você como aluno naquela universidade. É uma tarefa que exige determinadas técnicas e habilidades, desde a hora de selecionar o prompt até escolher qual história contar e principalmente como contá-la.
Por isso, cada aluno da Daquiprafora conta com um mentor específico durante todo o processo de elaboração das redações. O mentor orienta o aluno desde o brainstorm até a finalização e envio das redações. Não há limite para o número de revisões ou de reuniões entre aluno e mentor. Este trabalho cuidadoso é, sem dúvida, fundamental para o sucesso das applications.