Prédio da Universidade de Harvard

Como conseguir uma bolsa de estudos em Harvard

Conheça a trajetória do mineiro João Henrique, que conquistou uma bolsa de estudos em uma das universidades mais competitivas do mundo

João Henrique Teixeira Santos sempre quis estudar no exterior, desde o Ensino Fundamental no Colégio Santa Dorotéia, em Belo Horizonte.

Mas acreditava que era algo muito distante, praticamente inatingível. “Pra mim, fazer faculdade fora era como jogador de futebol que sonha em ir para a Copa do Mundo. Quantos vão?”, conta.

Mas em um determinado momento essa ideia de que era um objetivo impossível mudou e João passou a correr atrás do que queria.

E conseguiu. João ainda não definiu o curso que vai fazer em Harvard, mas acredita que deve ir para a área de Ciências da Computação. A seguir você vai conhecer o caminho que o João Henrique percorreu até ser aceito com mais de 80% de bolsa em Harvard.

Mudança de mentalidade

Até a 9a série João era bom aluno, mas sentava no fundão da sala. Não era o tipo de aluno que atrapalhava, mas também não demonstrava grandes ambições. Tinha boas notas e era só. No 1o ano do Ensino Médio, sua professora de química acreditou no seu potencial e começou a incentivá-lo a ir estudar fora.

“Primeiro eu pensei: não vou, é muito difícil. Ela era uma professora muito animada, cheia de ideias e eu achei que essa era mais uma ideia da cabeça dela’, diz João. Mas a professora insistiu muito e João começou a cogitar a ideia.

Um encontro com a Daqui pra Fora no fórum de profissões do colégio nessa mesma época foi fundamental para a mudança de atitude no caso do João.

“Foi nesse momento que eu vi que não era uma ideia maluca. Me mostraram que existia um caminho que eu poderia percorrer. Foi aí que virou a chavinha e eu falei: ‘é possível, pode ser real, então eu quero'”, lembra.

A partir do 1o ano do Ensino Médio, junto com uma colega de classe, João começou a estudar mais, a querer mais do que simplesmente ser bom aluno.

“Foi nessa época que começou a se formar o João que de fato gosta de estudar, que estava lá na primeira carteira e animado a maior parte do tempo”, conta.

“Com essa mudança de atitude, passei a ter ótimas notas e isso foi muito importante para me dar confiança para tentar esse passo extra”, diz.

Passo a passo até a bolsa de estudos em Harvard

Nos Estados Unidos, as universidades não se baseiam em uma prova nem apenas nas notas escolares para selecionar os aprovados. O aluno é avaliado como um todo.

São observados os aspectos acadêmicos e pessoais dos candidatos para que a universidade possa reconhecer o perfil de cada um. João prestou atenção e se preparou para mostrar a sua melhor versão em cada um deles. “Ter começado minha preparação cedo ajudou bastante”, afirma.

Histórico escolar

As universidades americanas observam as notas do 9o ano do Fundamental até o 3o ano do Ensino Médio dos candidatos. Ter boas notas no colégio foi fundamental na trajetória do João.

“É muito importante que você tenha isso já garantido, que esteja ao menos confortável com sua vida na escola”, recomenda. Isso traz mais tranquilidade e energia para lidar com os outros aspectos da candidatura.

Provas padronizadas

No 2o ano, João começou sua preparação para o SAT. “Nestes testes o desafio maior é adaptar o conhecimento que você obteve aqui para o formato das provas de lá”, afirma.

“A matéria que a gente estuda no Brasil é muito mais ampla do que o que cai nesses exames. No nosso 2o ano já sabemos praticamente tudo que eles pedem em matemática, por exemplo. Mas a prova é muito diferente”, conta João.

Diferente como? “Mecanicamente a prova é muito rápida. Menos de um minuto por questão. Você tem que ser quase um robozinho”, explica.

O segredo neste caso, segundo João, é a repetição. “Vale mais a pena treinar por simulados do que estudando a matéria. Os simulados são fundamentais”, ele garante.

E deu certo. Em universidades muito competitivas como Harvard, geralmente os alunos são aceitos com nota no SAT acima de 1500 (de um total de 1600). Foi o que aconteceu com o João Henrique.

João fez o SAT regular duas vezes e uma vez o SAT Subject. “Foi o que deu, porque logo em seguida fechou tudo por causa da pandemia. Mas eu faria mais se fosse possível. No segundo SAT tirei 120 pontos a mais que no primeiro. Ainda bem que consegui a nota que eu precisava”, conta.

Atividades extracurriculares

O primeiro aspecto que as universidades observam na application são as notas. Mas em várias universidades, principalmente nas mais competitivas, como Harvard, o perfil de notas dos candidatos é muito parecido.

Por isso, as outras etapas da candidatura são muito importantes. Elas mostram quem é o candidato além das notas, qual é o seu perfil como pessoa.

“As atividades extracurriculares são uma excelente ferramenta para mostrar para eles quem somos”, diz João. “Mas não adianta fazer as coisas só por fazer. Eles conseguem ver se o aluno tem a ver com aquilo que ele descreve. Percebem se a atividade é algo que você faria mesmo que não estivesse se candidatando. Se tem paixão envolvida”, explica. Isso é fundamental.

João participou de olimpíadas de matemática desde o 6o ano. “Mas só a partir do 9o que comecei a ter bons resultados”, conta. Foi quando ele ganhou prata na olimpíada de astronomia.

Depois, no 1o ano do Ensino Médio ficou em primeiro lugar na olimpíada de química de Minas Gerais e na brasileira de Astronomia. Participou várias vezes de todas elas.

João também sempre gostou de aprender novos idiomas e no 9o ano começou a estudar italiano “Acho que isso também me ajudou em Harvard”, diz.

Ser proativo também é algo que as universidades consideram bastante. “Eu fazia aulas extras para estudar para as olimpíadas de química e de física. Às vezes nem tinha aula, mas eu ia lá e fazia. Eu criava projetos também, isso é muito importante para quem quer estudar fora”, afirma. “Você mostra que quer aprender coisas novas, que quer mais. Sem isso é mais difícil.”

João não participou das equipes esportivas da escola, mas lembra que é outro ponto que pode ajudar na candidatura. “Harvard também quer ver os caras que são capitães de times, que comandam, que mostram liderança e comprometimento.”

Redações

Outra oportunidade para o candidato mostrar quem ele é além das notas são as redações. Nelas as universidades detectam o brilho no olho, a paixão, o entusiasmo do aluno com o tema desenvolvido. E assim podem traçar melhor o perfil do candidato.

“Na minha opinião, esta é a parte mais delicada da application. É o principal ponto que vai diferenciar você dos demais”, diz João. “No Brasil a gente não aprende a fazer este tipo de redação, onde você tem que falar de você, se mostrar, descrever cada aspecto seu. Para quem nunca fez isso em uma redação, é um grande desafio”, explica.

Para o João, a orientação da Daqui pra Fora foi fundamental nesta etapa. “Foi muito importante para eu conseguir me expressar em inglês de uma forma que realmente entendessem o que eu queria passar para eles. Tenho certeza que não conseguiria sem essa ajuda”, conta.

“Porque não basta você ser um cara legal, interessante. Tem que ficar claro para quem lê quem você é e o quão interessante seria para a faculdade ter você lá.”

João conta que demorou 2 ou 3 meses e muitas tentativas para começar a produzir boas redações. “Por ser em inglês é mais difícil. Por mais que eu falasse bem a língua, tive que me esforçar o dobro para escolher as palavras certas. Porque uma metáfora que funciona aqui não funciona lá, por exemplo”, diz.

A dica do João  para as redações é: “Escreva o que você é, solta o verbo. As coisas vão saindo e depois você arruma. Demonstre que você está ali e conta pelo sentimento quem você é. Eu fiz isso e deu certo.”

Cartas de recomendação

O terceiro instrumento que as universidades americanas utilizam para definir o perfil pessoal dos alunos são as cartas de recomendação. É uma forma de conhecer o candidato pelo olhar de quem trabalhou com ele na escola, os professores e coordenadores.

Segundo o João, é muito importante saber escolher quem vai escrever as cartas de recomendação. “A pessoa precisa fazer mais do que falar que você é um bom aluno e que merece ir para lá. Precisam ser professores que te conheçam na essência e que mostrem quem você é com exemplos”, explica.

Uma das pessoas que João pediu carta de recomendação foi a professora de química que o incentivou a ir estudar fora. Outra foi uma professora que ele sabia que tinha uma mente voltada para o exterior, que tinha feito 2 anos de mestrado fora. “Ela sabia o que precisava falar e era próxima de mim”, justifica.

A terceira carta ficou por conta de um professor que era uma ótima pessoa, mas não dominava a técnica de fazer este tipo de documento. “Nesse caso, você fica perto e ajuda um pouco. Não é todo mundo que sabe o formato da carta de recomendação. Falei como deveria ser feito, dei exemplos da Daqui pra Fora e funcionou”, conta João.

Para ser aceito, João ainda passou por uma entrevista, o que é mais comum de acontecer nas universidades mais competitivas. “Fui chamado para entrevista por Harvard e Stanford. Já fiquei muito contente, me achei especial, porque eles não chamam qualquer um. Essa é uma etapa final do processo seletivo”, diz.

Segundo ele, foi tranquilo. “Eles querem que você fique confortável e basicamente perguntam sobre os conteúdos que você já escreveu.”

Neste vídeo, João Henrique conta como foi todo o processo até a conquista da vaga e da bolsa:

Estratégia para a bolsa de estudos

Desde quando decidiu aplicar para universidades nos Estados Unidos, João sabia que precisaria de ajuda financeira. Por isso, toda a estratégia da sua application foi moldada de forma que ele conseguisse bolsa de estudos (financial aid). “A estratégia é fundamental para conseguir seu objetivo. Faz toda a diferença você saber onde aplicar”, afirma.

João tinha certeza que queria estudar fora. “Mas estudar fora, mesmo nas universidades menos competitivas, é caro. Eu sabia que precisaria de 100% de bolsa ou o máximo que fosse possível”, conta.

Durante o acompanhamento da Daqui pra Fora ele soube que as faculdades que oferecem este tipo de bolsa são as mais ricas e, portanto, as mais competitivas.

Com esta informação, João concluiu que não valeria a pena passar nas faculdades mais fáceis, porque não conseguiria pagar. Então decidiu aplicar para 12 faculdades, as mais competitivas.

“Ter essa ajuda para montar essa estratégia baseado no meu perfil, que seria de universidades tops, me ajudou muito. Eu precisava de bolsa e mirei onde o dinheiro estava”, lembra.

João também não se preocupou em escolher o lugar, o clima ou tamanho da cidade. “Estes pontos são importantes, mas eu não podia me preocupar com isso. Meu foco era estudar fora e eu pensei em como conseguir a bolsa.”

Em sua estratégia, João decidiu fazer duas early applications. “Optei por fazer early nas universidades que eu tinha mais chances de passar, Washington University e University of Chicago”, conta.

Mas ele não foi aceito. Das 12 universidades, João foi aceito em uma: Harvard. E com a bolsa que precisava.

“Eu já estava desacreditado, tinha recebido 11 nãos. Estava conformado em ficar no Brasil, porque tinha entrado na USP. No último dia veio a notícia. Demorou até para eu absorver”, conta.

Apoio na jornada

Ter o suporte da família e dos amigos foi essencial na trajetória do João. “Em casa tive todo o apoio e meus amigos também sempre estiveram ao meu lado. Às vezes eu não ia a uma festa ou deixava de sair e todo mundo entendia. Isso ajuda muito”, conta.

As orientações da Daqui pra Fora, segundo ele, fizeram muita diferença. “Primeiro porque colocaram fogo no meu plano de ir para o exterior, me mostraram que era possível. Depois, me trouxeram todo o conhecimento sobre o processo. Porque não é complicado, mas é diferente. E a gente não sabe nada, tem que começar do zero. Tem que aprender os conceitos, entender as provas, conhecer os procedimentos. É bastante informação. Ter ao lado uma empresa que domina tudo isso, todas as etapas, inclusive as burocracias, é muito importante”, conclui.

João faz questão de incentivar outros estudantes que pensam em fazer faculdade fora. “Se você quer muito, tenta. Pode dar certo. Mesmo que seja difícil. Eu consegui!”.

A Daqui pra Fora pode ajudar nesse processo com toda a assistência necessária. Preencha o formulário abaixo e venha conversar com a gente.

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