7 filmes sobre a experiência na universidade

Ter um filho que vai ter a experiência da universidade no exterior é algo novo para grande parte das famílias brasileiras. Algumas certezas existem, como o fato de o jovem ir estudar em uma universidade de excelência, que ele vai conhecer e conviver com pessoas do mundo todo e que vai se desenvolver como pessoa e como profissional.

Mas muitas dúvidas e bastante ansiedade também fazem parte de toda a fase anterior à aprovação e mesmo depois que eles já estão estudando em outro país. E toda a família acaba se envolvendo nesse turbilhão de emoções.

Uma dica para saber mais sobre tudo que faz parte dessa jornada, desde a preparação para o processo seletivo até a vida na universidade lá fora, é assistir alguns filmes que têm esses assuntos no enredo. É uma forma leve e divertida de aprender sobre tudo isso e ainda se divertir junto com a família.

Por isso, separamos uma lista com 7 filmes imperdíveis sobre a experiência na universidade no exterior. Anote os nomes, veja do que se trata e comece a assistir. Depois vem nos contar o que achou.

Filmes sobre a experiência na universidade

1. Admission (A seleção – 2013)

O filme conta a história de Portia Nathan, que trabalha no escritório de admissões da super prestigiada universidade de Princeton, uma das mais bem conceituadas instituições do mundo.

Um dia, um amigo dela, John Pressman, a convida para visitar a escola de Ensino Médio onde ele trabalha. Ele queria que ela conhecesse Jeremiah, um candidato em potencial à universidade.

Lá, John revela sua real intenção com o convite: ele suspeita que o garoto seja o filho que Portia entregou à adoção. Intrigada com essa possibilidade, ela põe sua carreira em perigo para se aproximar de Jeremiah e reatar com o seu passado.

Nas entrelinhas, o filme mostra vários aspectos de como funcionam as seleções e admissões nas universidades americanas.

2. Orange County (Correndo Atrás do Diploma – 2002)

Shaun Brumder é um adolescente apaixonado por surfe, que vive em Orange County, Califórnia. Quando um amigo sofre um acidente surfando, Shaun é obrigado a reavaliar sua vida e encontra um tesouro: uma cópia do romance “Straight Jacket”, de Marcus Skinner. O livro faz com que nasça em Shaun o desejo de se tornar escritor.

Ele passa, então, a se dedicar intensamente aos estudos porque quer ser aceito na Universidade de Stanford, onde o autor do livro é professor. Com notas altas e um trabalho final impecável, Shaun vive muita ansiedade até receber a resposta de Stanford. Mas ele não é aceito.

Buscando descobrir o que pode ter ocorrido, Shaun descobre que houve um engano na direção de sua escola no envio de suas notas para a universidade. Ele resolve então partir para uma tentativa desesperada de entrar para a universidade, mas tem apenas 24 horas para corrigir o engano ocorrido.

Em meio às emoções da personagem, o filme também mostra aspectos importantes de como acontece a seleção para as universidades americanas.

3. Lady Bird (A Hora de Voar – 2017)

Christine McPherson é uma jovem no último ano do ensino médio. O que ela mais quer é fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, onde mora.

Mas sua mãe não gosta da ideia. Lady Bird, como ela exige ser chamada, não se dá por vencida e toca seus planos em frente mesmo assim.

Enquanto sua hora não chega, porém, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico onde estuda, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e muitos desentendimentos com a mãe.

O filme mostra algumas das emoções que vivem os estudantes e toda a família nessa fase final do Ensino Médio.

4. In 500 Words or Less (2009)

Este filme leva o espectador para a faculdade nos Estados Unidos, com 4 jovens, Molly, Leo, Linsay e Michael, bem diferentes entre si.

A história se passa durante o último ano deles no Ensino Médio, quando eles ainda moram com suas famílias e estão tentando descobrir quem são e quem querem ser.

Depois de viver as várias etapas do processo seletivo, eles estão diante dos essays, ou redações, que precisam apresentar nas suas applications. No meio disso tudo, precisam lidar com as expectativas de toda família e adequá-las aos seus próprios sonhos.

O filme é um retrato do que passam quase 1,5 milhão de famílias que vivem essa jornada todo ano nos Estados Unidos. Enquanto diferenças como etnia, origem e status socioeconômico afetaram a trajetória deles até esse momento, suas histórias convergem à medida que eles têm de fazer malabarismos diante da aceitação, da rejeição, de tomadas de decisão e desapego.

5. Brad’s Status (O Estado das Coisas – 2017)

Brad (Ben Stiller) leva seu filho para fazer tours por diversas universidades na costa Oeste dos Estados Unidos. Mesmo tendo uma carreira satisfatória e uma vida familiar feliz na Califórnia, ele sempre questionou suas escolhas e costumava comparar sua vida às dos seus amigos da faculdade.

Nesse tour, ele encontra um ex-colega de faculdade e esse encontro o faz se sentir inferior em função das escolhas que fez na vida. A partir desse momento, ele é obrigado a rever seus conceitos.

6. The Test & The Art of Thinking (2018)

Este filme é um documentário sobre o SAT e o ACT, testes padronizados que funcionam como um dos instrumentos que as universidades norte-americanas utilizam para selecionar os candidatos.

Neste documentário, alunos, professores e profissionais que realizam o SAT e o ACT expõem o viés e o impacto socioemocional que estes tradicionais exames, verdadeiros ritos de passagem para aqueles que buscam as universidades nos Estados Unidos, provocam nos estudantes e em suas famílias.

7. History Boys (Fazendo História – 2006)

Esta comédia mostra um pouco do clima e da preparação dos estudantes para as admissões nas melhores universidades do Reino Unido.

Um grupo de jovens britânicos estuda para serem aceitos nas melhores universidades do país, como Oxford e Cambridge. Apesar de serem alunos brilhantes, porém rebeldes, e terem ótimos professores, o diretor da escola não está satisfeito e quer que eles tenham uma preparação ainda melhor.

Ele decide contratar um novo professor, Irwin, para ajudar os estudantes em sua preparação, garantindo a melhor chance possível para todos.

Gostou? Tem bastante opções com gêneros e temáticas diferentes, não é? Aproveite para curtir e compartilhar com seus filhos, com sua família e amigos.

Planejando com câmbio em alta

Todo planejamento se inicia com um sonho. Quando fazemos as contas, avaliamos os prazos e estimamos nossos sacrifícios, o sonho se transforma em objetivo. A partir do momento em que estratégias são traçadas para que o objetivo se concretize em diferentes cenários, temos, então, um planejamento. Em outras palavras, não basta ter sonhos. É preciso adotar as estratégias corretas para que eles se transformem em realidade.

Quando o cenário é de mudanças intensas (fato comum no Brasil), estratégias que costumam dar certo deixam de funcionar. Novas estratégias devem entrar em cena. Há até pouco tempo, para um filho estudar fora do Brasil bastava aos pais avaliar preços, organizar o fluxo de caixa, poupar a reserva necessária e administrar as emoções de ver o filhote saltar para fora do ninho. Hoje, com o câmbio em novo patamar e ainda com risco de alta, as emoções se multiplicam. A alta nos preços, causada pelo salto no câmbio de mais de 25% em poucos meses, tem levado muitas famílias a desistir de um projeto que já era dado como executado.

Se estivéssemos tratando da compra de um automóvel, faria sentido repensar e trocar um modelo importado por um nacional, ou com um padrão de conforto inferior. O mesmo valeria para a moradia, em que um gasto maior com decoração pode compensar a necessidade de economia no tamanho do imóvel.

Porém, estamos tratando de um projeto de formação educacional e cultural dos filhos. Se a decisão fosse por estudar no Brasil, discutiríamos o cabimento ou não de optar por uma escola bilíngue, ou por uma metodologia restrita a escolas elitizadas. Uma vez que a família ponderou e decidiu sobre as oportunidades que se multiplicam quando viabilizam a seus filhos uma educação multicultural, que os prepara para o mundo e não apenas para um mercado eternamente em crise, que os forma dentro da ética e da cidadania globais, abrindo mão da alegria de estar fisicamente ao lado deles nesse processo de decolar para a vida, não se trata apenas de uma ponderação de custos.

Estamos tratando de oferecer aos filhos o melhor em educação e referência social, nos últimos passos em que podemos contribuir efetivamente antes que eles se tornem adultos e passem a percorrer independentemente seus caminhos. Estamos tratando de proporcionar melhores referências e melhor capacidade de fazerem suas próprias escolhas – escolhas que podem, inclusive, incluir a possibilidade de retornar ao Brasil com uma bagagem diferenciada para que sejam agentes transformadores. É como um investimento que, em vez de ter seu resultado medido pelo retorno financeiro que nós, pais, teremos, será medido pelas múltiplas oportunidades que nossos filhos terão a partir dessa escolha.

Temos, aqui, um sonho que virou objetivo, e que precisa de uma estratégia para garantir seu planejamento. Partamos, então, do princípio de que mesmo com a crise, com a alta do dólar e com incertezas sobre o futuro, não desejamos abrir mão da significativa oportunidade de desenvolvimento para nossos filhos. O objetivo é garantir o custeio da preparação antes do início do curso e também os quatro anos de estudo na universidade.

As medidas necessárias para garantir esse projeto dividem-se em quatro etapas:

1. Sacrifícios para acumulação

Costuma-se dizer que, a uma certa altura da vida, não é mais hora de fazer sacrifícios. Considero essa reflexão um grande engano. Nossas conquistas na vida contribuem para que evitemos alguns sofrimentos, porém o sacrifício, quando fruto de planejamento, pode ser uma prática muito interessante. Quem não topa sacrificar o consumo por alguns meses para conseguir fazer uma viagem interessante? Ou para renovar a decoração da casa? Ou para fazer uma surpresa para celebrar 25 anos de casamento?

Se o grande projeto familiar sairá mais caro do que inicialmente previsto, reúna a família, abra o jogo, combinem esforço em equipe para alcançar o objetivo, e estabeleçam o prêmio ao final da gincana. Para o filho que sairá em viagem, o prêmio será a realização de seu sonho. Para os que ficam, será uma viagem de fim de semana em família, por exemplo. É melhor sacrificar um pouco mais e viabilizar prêmios para todos. Caso contrário, os demais membros da família podem se sentir prejudicados pelo esforço e talvez não colaborem – mesmo que inconscientemente.

Quanto maior o prazo de preparação (algumas famílias começam a se preparar três anos antes do início do curso universitário), melhores serão os resultados do sacrifício, mas também mais difícil será manter a disciplina. Não se esqueça de reunir o time de tempos em tempos, avaliar os resultados alcançados e reconhecer os esforços de cada um. Motivação é o alimento da disciplina!

2. Defesa contra o câmbio

O Calcanhar de Aquiles do nosso planejamento é a incerteza quanto ao câmbio. Devemos, portanto, eliminar esse problema o quanto antes. Isso se faz comprando dólares regularmente, e intensificando as compras nos períodos em que o câmbio recua e o real se valoriza. Há quatro caminhos mais comuns utilizados para se defender da variação cambial:

  1. Comprar regularmente dólar ou a moeda do país em que o filho estudará. Uma vez que US$ 100 são comprados, você continuará tendo US$ 100 independentemente de variações no câmbio. O mesmo vale para a inserção de créditos em cartões pré-pagos – atente, porém, para o prazo de vencimento do depósito feito.
  2. Investir em fundos cambiais em bancos brasileiros. Tais fundos investem em títulos lastreados em dólar, o que significa que seu saldo em Reais aumentará caso o dólar aumente, e cairá caso o Real se valorize.
  3. Abrir uma conta e investir no exterior. Muitos bancos oferecem isenção de tarifas para quem mantém saldos de pelo menos US$ 30 mil. O custo se limita ao envio das divisas, prática que é lícita e pode ser declarada no Imposto de Renda.
  4. Adiantar a quitação de alguns compromissos em dólar. Passagens aéreas podem ser compradas, com bom desconto, pelo menos doze meses antes da viagem, e ainda podem ser parceladas em reais (sem o risco cambial). O pagamento antecipado de aluguéis costuma garantir não só a defesa contra o câmbio, mas também bons descontos.

O objetivo, em qualquer das quatro opções acima, não é rentabilizar as reservas, mas sim garantir que o saldo já conquistado garanta o pagamento de algum elemento do planejamento.

3. Inteligência de consumo

Muitas famílias desperdiçam uma boa oportunidade de economizar nos planos de estudar fora, ao desprezar a oportunidade de ganhar milhas com o uso do cartão de crédito. O típico padrão de consumo e relacionamento bancário de uma família que planeja o estudo de filhos no exterior a qualifica para adquirir cartões de fidelização que rendem milhas aéreas, geralmente sem a necessidade de pagar anuidades. Trechos aéreos só de ida ou de volta podem ser adquiridos com certa facilidade com apenas 30.000 milhas acumuladas, desde que se tenha alguma flexibilidade na data da viagem e se pesquise oportunidades com alguma regularidade. 30.000 milhas equivalem a um consumo de cerca de 20 mil dólares em um cartão de crédito que acumule 1,5 milha por dólar gasto. Portanto, organize-se e concentre seus gastos no cartão de crédito!

4. Plano B

Se o valor de seu objetivo pode mudar e suas possibilidades de acumulação, de investimentos e de milhas estão esgotadas, tenha em mente um ou mais Planos B para adequar o planejamento de última hora. Por exemplo, um automóvel pode ser vendido ou refinanciado, para gerar caixa e ser reposto com juros não muito elevados. Pode-se também pedir um empréstimo com imóvel oferecido como garantia, o que viabiliza recursos com juros próximos dos praticados nos financiamentos imobiliários. Você é contra dívidas? Eu também. Mas, quando o crédito é usado para gerar renda ou para viabilizar projetos de vida, o nome a ser adotado é alavancagem. Alavancar é contar com recursos de terceiros (a alavanca) para realizar o projeto que nos trará resultados positivos que não conseguiríamos se contássemos apenas com recursos próprios. Perceba a diferença entre alavancagem e dívida: o projeto deve gerar resultados financeiros positivos. Use o crédito, portanto, com consciência e ponderação.

Colocando em prática as estratégias que apresento, seu planejamento tem ótimas chances de ser bem-sucedido, mesmo que com o objetivo custando mais caro do que o inicialmente planejado – o que é perfeitamente aceitável quando não se trata de consumo, mas sim de um projeto de vida.

Aos conscientes, bom proveito! Seus filhos terão uma vida inteira para colher e agradecer!

*Este artigo foi publicado originalmente em 2015 e foi adaptado para uma nova publicação em 2020.

Gustavo Cerbasi (www.gustavocerbasi.com.br) é especialista em educação financeira. Instagram: @GustavoCerbasi. YouTube: GustavoCerbasibr

Por Gustavo Cerbasi*