Atividades extracurriculares na universidade – a vida de Iagos Lucca na Walsh University

Um dos diferenciais das universidades americanas e canadenses é a possibilidade de se envolver em diversas atividades extracurriculares oferecidas no campus, que proporcionam ao aluno a chance de desenvolver habilidades técnicas e interpessoais, e ganhar novos conhecimentos.

Mais do que o nome da universidade ou o ranking em que ela está, envolver-se em tudo o que uma faculdade nos Estados Unidos ou Canadá pode oferecer pode ser o diferencial para se tornar futuramente um profissional mais completo, com habilidades interpessoais mais bem desenvolvidas, além do conhecimento acadêmico e prático aprendido nas aulas.

O depoimento abaixo, de nosso aluno Iagos Lucca, da Walsh University, ilustra bem todas as possibilidades que uma universidade americana pode oferecer, que resultaram em uma excelente oportunidade de desenvolvimento do aluno. Boa leitura!

Minha vida na Walsh University – por Iagos Lucca

Eu nem sei por onde começar pra ser bem honesto. O que era pra ser uma educação diferenciada tornou-se uma oportunidade de dream immensely big!

Bem resumidamente para começar, esses dois anos viraram minha vida de cabeça pra baixo e me mostrou que minha vida deve ser vivida de cabeça pra baixo mesmo.

As lições que aprendi durante minha jornada aqui são inúmeras e poderia escrever horas sobre como cada experiência moldou a pessoa que sou hoje. Tentarei focar nas que tiveram maior impacto.

Os Estados Unidos é como muitos dizem uma terra de oportunidades. Seguidamente recebo e-mails da Daqui pra Fora enfatizando a importância de se engajar em atividades na faculdade.

E é justamente nessas atividades que as oportunidades começam a aparecer. Depois que entrei no grupo de investimentos da Walsh, realmente descobri o que gostaria de fazer como profissional.

Há dois anos, entrei como membro e colaborador de pesquisa. Hoje, sou capitão do grupo e tenho total liberdade para investir $20,000 no mercado de ações.

Essa liberdade de vez em quando me tira o sono, mas vejo isso como uma oportunidade imensa de crescer; na verdade, estar fora da zona de conforto é a melhor maneira que existe pra crescer, em minha opinião.

Proximidade de referências do mercado

Não só isso, eu tenho contato constante com mentores e profissionais que já trabalham no setor financeiro, tem muita experiência sobre o assunto e que estão abrindo algumas portas pra mim.

Fruto dessa participação no grupo foi o convite para participar de uma análise financeira em dezembro. É uma competição muito reconhecida aqui, é algo que certamente me ensinará muitas coisas sobre finanças e investimentos, sem contar a relevância no meu currículo.

Além disso, esse ano me tornei Resident Assistant na Walsh, uma posição de bastante influência e responsabilidade. Descobri muito sobre mim e o desejo que tenho para contribuir na comunidade que vivo e com pessoas que me rodeiam.

Me transformei numa pessoa extremamente sociável e com paixão por interação. Comecei a valorizar pequenos detalhes que tornam a vida cheia de valor.

Tenho dias muito felizes em meio aos meus residentes e outros monitores com mentalidade similar à minha. Tenho também aprendido muito sobre diversidade e o valor que cada ser humano tem fazendo parte da RES Life.

Então estou bem feliz com essa decisão e tenho certeza que isso abrirá portas para mim no futuro. Sei que o próximo passo após me formar é ir para uma pós-graduação e estou ciente que a experiência como RA aumenta muito minhas chances de conseguir uma universidade boa, ter custos bem reduzidos através de bolsas trabalhando como Graduate Assistant ou Graduate Hall Director.

Ainda faço parte do time de tênis, o que tem sido uma oportunidade incrível para aprender como controlar emoções e ser resiliente. Me tornei um ser humano mais completo com a pratica do esporte e sou grato por conviver com outros atletas que tem tanto a compartilhar.

O empreendedorismo na universidade

Além disso, estou muito feliz em dizer que meu nome ficará guardado na história da Walsh como estudante fundador do Centro de Inovação e Empreendedorismo.

Sempre achei que faltava um espaço para mentes empreendedoras na minha universidade, então numa colaboração com 3 outros estudantes, apresentamos um projeto para o presidente da faculdade e fomos aprovados para seguir com a construção da Sala de Inovação.

Conseguimos recursos necessários para criar um ambiente altamente tecnológico e propício para interação entre estudantes.

É algo muito significante saber que esforços vindos de mim contribuíram para a construção de algo tão essencial no mundo dos negócios, algo que deveria ser mais reforçado no Brasil (mas isso é outra conversa que levaria algumas horas).

Finalmente, faço parte de 2 comitês de estudantes, um chamado Mentoring Program Advisory Board e Dean’s Students Advisory Board. Tudo isso é fruto da interação e contato com professores durante os anos que estive aqui e também a competência que tenho em cada matéria que estudo.

Vejo que nesses dois anos de Walsh fui capaz de construir não só um currículo muito completo, mas também uma mentalidade e sonhos que me trazem muita alegria.

Obviamente tenho algumas dificuldades e tristezas no caminho, mas isso faz parte do aprendizado. Meu maior objetivo no momento é ser contratado para um estágio para o próximo verão (2016) e percebo que isso está sendo realmente complicado.

Não consegui um estágio nas últimas férias, o que foi uma grande frustração, mas não deixarei isso se repetir.*

Enfim, gostaria de ta Daqui pra Fora por se preocupar e por pedir notícias. Achei importante tirar um tempinho dentre tantas atividades e estudos para atualizar vocês nas news.

Estou contente com o que atingi, mas isso não me satisfaz ainda. Grandes conquistas estão por vir. Wait, and you’ll see.

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*Atualização: Iagos Lucca já está formado e atualmente trabalha como Financial/Legal Analyst pela empresa Patriot Software, nos Estados Unidos.

7 fatores avaliados para entrar em uma universidade americana

Muitos jovens que resolvem buscar informações sobre como ingressar nas universidades norte-americanas às vezes chegam com a pergunta: “Que nota preciso tirar para entrar em Harvard?”.  Infelizmente – ou felizmente –, o processo de seleção nos Estados Unidos é um pouco mais elaborado.

Enquanto no Brasil o único critério de seleção de quase todas as universidades é a nota do vestibular, lá o candidato precisa cumprir alguns requisitos, que geralmente são avaliados em conjunto. E esse método de avaliação vale para todos, inclusive para candidatos estrangeiros.

Requisitos Objetivos

As notas do ensino médio do aluno (incluindo também o nono ano) são o primeiro requisito objetivo considerado no processo de admissão para universidades americanas. Elas serão convertidas para o sistema americano, chamado GPA (Grade Average Point), uma escala que vai de 0 a 4.

O segundo requisito objetivo são as notas nos exames avaliatórios padronizados, que são o SAT ou o ACT. Os dois exames têm a mesma função do Enem no processo seletivo das universidades americanas: medir o conhecimento do estudante em áreas específicas.

O SAT é um exame que é composto por três seções: leitura/interpretação de texto; matemática e uma redação. As seções de leitura/interpretação de texto e matemática valem 800 pontos e a redação (opcional) é avaliada de uma forma diferente, com uma escala de 2 a 8.

Segundo o brasileiro Jáder Morais, que cursa o segundo ano na University of Pennsylvania, o SAT é bastante desafiador.

“A parte mais desafiadora do SAT é a adaptação à estratégia de prova. Muitas vezes, temos menos de um minuto para responder questões, o que é bastante diferente do estilo de prova no Brasil, em que temos vários minutos para pensar em soluções. Precisei fazê-la três vezes para atingir o meu objetivo”, afirma.

O ACT é uma prova composta por 215 questões de múltipla escolha, abrangendo as áreas
de matemática, inglês, interpretação de texto e ciências, além de uma redação opcional (apenas algumas faculdades exigem a redação). A nota da prova vai de 1 a 36 pontos. Assim como o SAT, o ACT também tem um tempo pré-determinado para a realização de cada seção.

Para alunos internacionais cuja língua não seja inglesa, o TOEFL, exame de proficiência em inglês, é outro requisito objetivo necessário no processo de admissão. O TOEFL tem quatro seções (reading, listening, writing e speaking) e cada uma vale 30 pontos.

Requisitos Subjetivos

Em seguida, começam as etapas mais subjetivas. Uma delas é uma carta de recomendação escrita por professores e coordenadores do candidato. O objetivo da universidade com isso é tentar perceber que tipo de aluno o candidato é na comunidade acadêmica.

Verificar se ele tem características de líder ou se é prestativo com os demais, por exemplo. Universidades norte-americanas costumam gostar de alunos mais participativos, pois consideram que enriquecem o ambiente acadêmico.

“Quem escreveu minha carta foi meu professor de geografia, meu professor de inglês e o coordenador do meu colégio”, conta Jáder.

“Nela constavam momentos marcantes de minha vida acadêmica aliados com alguns valores chave que a universidade onde estudo procura em alunos: liderança, responsabilidade, inteligência emocional, solidariedade e grandes sonhos”, destaca.

Outra etapa do processo de seleção leva em consideração as atividades extracurriculares do candidato. Isso porque as universidades nos Estados Unidos não desejam o tipo de aluno que só frequenta aulas.

Querem aquele que já faça algo desde antes, seja praticar esportes, fazer trabalho voluntário, manter um blog ou até mesmo dançar.

“Sempre pratiquei esportes e tive envolvimento com música. Mas, para mim, o mais importante, foi ter buscado fazer isso num nível alto, com muita paixão e dedicação”, explica Henrique. “Acredito que minhas atividades voluntárias, ajudando crianças pobres e com câncer, foram fundamentais para a minha aceitação”, diz Jáder.

Desempate

Em um processo de seleção com alunos geniais, de notas maravilhosas, cartas de recomendação excelentes, e envolvidos em atividades as mais diversas, o que vai desempatar? A redação.

A etapa da redação é a oportunidade que o candidato tem para fazer uma propaganda de si mesmo à universidade. É por meio dela que ele irá escrever sobre obstáculos que superou. Contar a respeito de pessoas que o influenciaram e de eventos importantes na sua vida.

Tudo de uma maneira “vendedora”, com o intuito de mostrar como esse candidato é único. Conta Henrique: “A redação deve ser pessoal e sincera. É a sua melhor oportunidade de mostrar porque você é ‘gente boa’. A minha focou naquelas coisas que me motivam, e em histórias que ajudaram a definir quem sou”.

Por fim, há uma etapa de entrevista, que acontece normalmente nas faculdades mais concorridas. Trata-se de uma oportunidade de ver se os alunos são realmente aquilo que estão no papel.

Normalmente, quem entrevista os candidatos são ex-alunos das universidades, que o fazem de forma voluntária. No Brasil isso costuma ocorrer via Skype. Quando há alguns ex-alunos brasileiros, a entrevista pode acontecer pessoalmente.

É mais fácil, então?

Alguns acham o processo americano confuso, outros acham mais justo. É bem mais confuso não saber o que o aluno precisa fazer para entrar em universidade X.

Não existe nota mínima, não existem pré-requisitos além dos básicos (nível de inglês, diploma do Ensino Médio), não tem receita ou fórmula secreta.

O processo é completamente baseado em histórico: qual o perfil do brasileiro que entrou em tal universidade? Que nota que os alunos que entraram no passado tiraram? Em que colégio estudaram? Quais foram as atividades extracurriculares?

E mesmo se um aluno tiver um perfil muito parecido com o de um que entrou, isso não garante que no próximo ano, esse perfil de aluno seja aceito.

Mas também pode ser considerado mais justo já que os alunos, sob os olhos dos coordenadores de admissão, não são só um número. Os alunos são avaliados como pessoas. As notas nos testes e as médias no colégio só contam parte da história.

Como saber se além de ser extremamente estudioso, esse garoto também é um excelente atleta? A lista de premiações pode ilustrar isso. Como saber como é difícil conseguir tirar nota alta no colégio? O coordenador pode falar do rigor acadêmico do colégio.

Como saber que esse aluno é extremamente motivado por mudanças sociais? A redação do aluno pode contar a história de quem o influenciou a se envolver nas causas sociais. Aqui no Brasil, o resultado de todos os anos de esforço é medido através do vestibular, um evento que acontece uma vez ao ano na vida do aluno.

Alunos que se esforçam academicamente durante sua vida escolar podem não passar no teste. Alunos que resolvem levar os estudos a sério, somente a partir do 3º ano, podem passar no vestibular se esforçando apenas alguns meses das suas vidas.

Mentoria

Sabendo da complexidade do processo seletivo das universidades americanas, como se preparar adequadamente para aumentar suas chances?

Muitos alunos ao redor do mundo sentem a necessidade de contarem com a ajuda de uma mentoria, já que ter alguém com experiência no assunto para guiar o aluno durante cada passo pode ser determinante.

Pietro Leite, aluno aprovado em Harvard em 2017, contou com a consultoria da Daqui pra Fora desde o primeiro ano do ensino médio, através do programa Early Guidance.

A experiência de quem entende do assunto pode ser determinante para ajudar o aluno a e definir a melhor universidade possível, de acordo com seu perfil como estudante.

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Qual é a importância dos rankings na escolha das universidades?

Quando você pensa em Harvard, o que vem a cabeça? A maioria das pessoas pensa em excelência. Harvard está no topo dos rankings há anos, porém isso não quer dizer que é a melhor universidade para todos. Aqueles que querem fazer engenharia, por exemplo, se dariam melhor numa faculdade mais renomada pelo seu curso de engenharia como MIT.

Há vários tipos de rankings, cada um levando itens diferentes em consideração. Há rankings que levam em consideração a universidade como um todo, outros que são separados por área de estudo, e outros que são separados por nível de graduação. Dentro disso, cada ranking usa seu próprio método de análise. Por exemplo, a Times Higher Education World Reputation Ranking é criado via uma série de questionários enviados a pessoas envolvidas no ramo acadêmico no mundo inteiro.

a QS World University Rankings usa outro método; este ranking leva os seguintes fatores em consideração:

  • Reputação acadêmica (40%),
  • Reputação do empregador (10%)
  • Proporção de alunos e professores (20%)
  • Pesquisa dos professores (20%)
  • Proporção de professores internacionais (5%)
  • Proporção de alunos internacionais (5%).

Já a USNews leva outros fatores em consideração:

  • Ranking dos alunos no colegial
  • Performance pós formados
  • 16 indicadores de excelência acadêmica
  • Nível de retenção de aluno
  • Recursos para professores
  • Seletividade de alunos
  • Recursos financeiros
  • Doações de ex-alunos

Estes são três exemplos dos vários rankings que poderão ser encontrados. É claro que a maioria dos rankings tem um overlap das melhores faculdades. Porém, se o aluno aplicante considerar os rankings muito importantes, ele deverá também levar em consideração não só o ranking geral ou da reputação da faculdade, mas também o ranking da área específica que ele pretende estudar. Por exemplo, a University of Minnesota está em 69º lugar no ranking da USNews mas está em 5º lugar para engenharia química.


Só as “Top Ten” São Boas?

Cada ranking mede algo diferente. Uma faculdade que está entre as dez melhores do mundo na maioria dos rankings não significa que será a melhor para você. Isso não quer dizer que você não deve aplicar para alguma “top university”, porém isso também não quer dizer que as outras universidades são ruins. Por exemplo, apesar de Syracuse estar em 62º lugar no ranking to USNews, seu curso de arquitetura está em 3º. É importante também que o candidato seja realista; se o perfil dele não combinar com nenhuma universidade que esteja no topo dos rankings, seria melhor se ele escolhesse universidades que são mais do perfil dele independente das posições destas nos rankings.

Ademais rankings não são perpétuos; uma universidade que esteja em primeiro lugar pode cair para terceiro lugar no ano que vem, do mesmo jeito que uma que esteja em 50º lugar possa subir no ranking no futuro. Mesmo assim, uma diferença entre uma universidade que esteja entre as top 10 e outra que esteja entre as top 20 é mínima. Por exemplo, no ranking da USNews  o nível de doações de ex-alunos pode fazer a diferença para uma universidade estar entre as top 10 ou top 20. Rankings também não devem ser a única coisa levada em consideração. O local da universidade, os tipos de cursos oferecidos e o perfil da universidade são outras coisas que também devem ser consideradas na escolha de faculdade.

Por outro lado, se o candidato tiver um perfil adequado a alguma “top university” e for ambicioso, vale apena ele aplicar para uma ou duas destas. Independente do curso que o candidato fizer, essas universidades carregam um nome famoso que provavelmente irá ajudá-lo no futuro.  Independente das universidades que forem escolhidas, o aluno deverá ter os seus rankings considerando os aspectos que são importantes para ele.


Resumindo

  • Diferentes rankings indiciam e medem coisas diferentes;
  • Rankings devem ser levados em consideração, mas não é a única coisa que deve definir a sua escolha de faculdade;
  • É também importante levar em consideração o perfil do candidato e seus interesses acadêmicos;
  • Universidades que não estão no topo dos rankings não são necessariamente ruins;
  • Rankings não são perpétuos;

A experiência de Debora Abib em uma Junior College

Hoje temos um post especial. Nossa aluna Deborah Abib escreveu para o blog contando sobre sua experiência estudando em uma Junior College – a Santa Monica College.

Leia o relato dela sobre esse tipo de universidade e conheça as vantagens de começar seus estudos em uma instituição semelhante.

Como é estudar em uma Junior College

Desde pequena, sempre sonhei em estudar fora. Desejava ir para uma universidade nos EUA, conhecer pessoas do mundo inteiro, ir a jogos de futebol americano e, aprender com “os melhores”.

Em janeiro de 2015, embarquei para Los Angeles com minha família e duas malas cheias. Finalmente, estava realizando um grande sonho da minha vida. Iria estudar em Santa Monica College (SMC) e depois de dois anos, transferir para a UCLA. Mas antes disso, muita coisa aconteceu…

Em 2014, quando estava aplicando para as faculdades americanas, minha nota geral do Ensino Médio era boa (uma média de 3.71 de 4 – nos EUA, as notas são medidas pela GPA, que é uma média entre as notas que vai de 0 a 4).

A importância da língua inglesa

Além disso, meu inglês não era um empecilho pois falava a língua muito bem. Meus resultados do SAT (o “ENEM americano”), por outro lado, não eram suficientes para entrar na sonhada UCLA.

No início, não conseguia me conformar com a ideia de que mesmo que aplicasse para lá, minhas chances de admissão eram mínimas. Devido as minhas notas e bom nível inglês, poderia ter entrado em ótimas instituições de ensino. Porém, com 17 anos, não tinha olhos para outra faculdade que não fosse a UCLA.

Tudo mudou quando, durante um café da tarde, a amiga da minha mãe me contou que a afilhada dela havia feito uma Junior College por dois anos e transferido com sucesso para a UCLA.

Antes disso, nunca havia ouvido falar sobre esse sistema e mil dúvidas surgiram na minha cabeça: O que eram os Junior Colleges? Por que poderia entrar em uma faculdade competitiva com mais facilidade depois desses dois anos? Fiquei entusiasmada pois havia, sim, um jeito de realizar meu sonho de ser uma “bruin”!*

O que é uma Junior College

O sistema das Junior Colleges consiste, basicamente, em fazer os dois primeiros anos de graduação em faculdades menores, transferir para outra maior e terminar o curso.

No sistema educacional americano, todos os alunos que ingressam nas universidades são obrigados a fazer aulas de educação geral por dois anos. Sendo assim, as Junior Colleges oferecem os cursos de matérias gerais por um preço mais acessível.

Os valores das aulas em uma JC chegam a ser 1/3 do preço da mesma aula em uma grande universidade. Isso foi ótimo para a minha família pois na época que comecei, o dólar disparou para R$ 4,20.

Além disso, outro ponto positivo de começar em uma Junior College é que o aluno não precisa fazer uma nova prova do SAT quando chegar a hora de transferir de uma JC para outras faculdades. O histórico escolar do ensino médio é “apagado” e o que passa a valer são as notas tiradas na JC.

Desse modo, entrar em algumas universidades mais competitivas acaba sendo mais fácil por esse sistema.  Decidi, assim, aplicar para o Santa Monica College e correr atrás dos meus sonhos.

Adaptação a Junior College

Na SMC, tive muito suporte de meus professores e conselheiros para me adaptar ao estilo acadêmico americano e realizar minha transferência. Lá, participei de aulas incríveis como a de conversação em francês, orientação de carreira, introdução à filme e ballet.

Fora essas, aprofundei ainda mais o inglês (principalmente a escrita), a matemática e a economia. Antes de ir para os EUA, tinha um certo preconceito com aulas diferentes do currículo brasileiro. Notei, porém, que os cursos que frequentei só aumentaram minha visão de mundo.

Aprendi a pedir ajuda quando tinha dúvidas, perguntar mais, trabalhar em grupo, expressar o que eu penso e conciliar estudos e vida social.

Conheci gente de todos os cantos do mundo, especialmente chineses! Eles me ensinaram inúmeras coisas interessantes sobre a cultura asiática, como por exemplo: o que comer, como celebrar o ano novo chinês, como praguejar etc.

Ao conviver com culturas diferentes, passei a entender melhor as pessoas e a lidar melhor com elas. Participei também de uma “Honor Society” chamanda Phi Theta Kappa.

A PTK é um clube da JC composto por alunos com bom desempenho acadêmico que almejam ajudar a comunidade, participar de convenções de networking, seminários de liderança, e ter oportunidades de bolsa de estudos. Com essa experiência, compreendi ainda mais sobre como servir uma pequena parcela da sociedade pode gerar um grande impacto.

Amadurecimento pessoal e profissional

O tempo que passei na Junior College foi importante para o meu amadurecimento pessoal e profissional. Tive contato com diversas instituições de ensino e acabei me apaixonando por uma certa universidade: a USC.

Antes de embarcar para a terra do tio Sam, nunca tinha ouvido falar da University of Southern California. Em uma aula de Orientação Acadêmica, minha conselheira estava ensinando a sala sobre o processo de transferência e, me conhecendo bem, ela insistiu que eu procurasse saber mais sobre a escola de Business da USC.

Depois da aula, fiz inúmeras pesquisas e percebi que a USC era mais parecida comigo do que a UCLA. Além de estar entre as top 25 universidades do país, o curso de Business da USC é reconhecido por ser mais prático e focado no mundo dos negócios. Tudo o que eu queria!

Quando estava quase completando 30 créditos na SMC – créditos são uma forma de medir quantas horas/aula você teve durante um período, no sistema de ensino americano – decidi começar minha aplicação de transferência.

Seguindo as orientações da minha conselheira, preparei meus documentos, notas, redações, cartas de recomendação, e enviei o pacote para a USC. No decorrer do processo, recebi bastante suporte da JC e da minha conselheira.

Elas me tranquilizaram e me encaminharam muito bem. Em julho de 2016, recebi um lindo presente de aniversário. Abri o envelope vermelho e lá estava minha resposta final: fui aceita!

Por fim, minha experiência na Santa Monica College foi muito positiva. Pude amadurecer alguns valores, fazer várias amizades, expandir minha visão de mundo e tornar-me mais independente. Além disso, encontrei a faculdade certa e o caminho para a minha carreira.

Se você quiser realizar o seu sonho de fazer faculdade no exterior, venha conversar com o nosso time de especialista para ajudarmos no processo. Basta preencher o formulário abaixo para começarmos uma conversa.

*1 (o mascote da UCLA é um urso chamado Bruin, por isso, os alunos da universidade recebem esse “apelido”)

Conheça o Early Guidance e saiba como pode ser útil

Para fazer algo bem feito, o melhor é fazer com calma e antecedência, usar bem o tempo e ter bastante informação. Por isso, a Daqui pra Fora criou o Early Guidance, um programa direcionado a estudantes do nono ano, 1º e 2º anos do Ensino Médio, que torna o caminho para as universidades no exterior seguro, preciso e muito bem preparado.

O programa é composto por diversas sessões, que têm como objetivo orientar e acompanhar o aluno para que ele desenvolva habilidades e atividades que o deixem melhor preparado para o processo seletivo de universidades estrangeiras e para os desafios gerais enfrentados após a conclusão do Ensino Médio. As sessões são individuais e realizadas por orientadores que concluíram seus estudos no exterior.

Durante todo o programa, é feito um acompanhamento da evolução do estudante e o trabalho é focado nas principais necessidades identificadas em cada um.

Os temas abordados nas sessões estão direta ou indiretamente ligados ao processo de admissão das universidades americanas. Veja alguns temas abordados:

  • Autoconhecimento, automotivação e apoio;
  • Cursos e universidades estrangeiras;
  • Atividades Extracurriculares;
  • Profissões e carreiras;
  • Provas Internacionais e Planejamento;
  • Processo seletivo, modelos de ensino e realidade dos candidatos.

Como funciona o Early Guidance

Tão importante quanto esses assuntos, são também a mentoria e orientações para as redações, que ajudam o aluno a se conhecer e entender melhor a si próprio e também o que é fundamental para ter sucesso em um processo como esse.

No Early Guidance, os jovens estudantes ainda conhecem programas de férias e de visita guiada oferecidos pelas universidades no exterior, e têm a possibilidade de decidir se vão participar dessas viagens, que ajudam a escolher qual tipo de universidade tem mais a ver com seu próprio perfil.

Como um dos principais fatores que as universidades estrangeira levam em conta na hora de decidir se aceitam ou não um estudante são as cartas de recomendação, o Early Guidance aproveita que os alunos do programa ainda estão nos primeiros anos do Ensino Médio e dá importantes dicas de como se comportar e agir para que seus professores e coordenadores tenham excelentes comentários para escrever em suas cartas de recomendação.

Ou seja, não só o aluno irá ser preparado sobre os passos do processo seletivo em si, mas também receberá uma mentoria comportamental que gerará resultados que melhoram seu perfil como candidato.

Neste vídeo, você encontra informações importantes sobre o Early Guidance:

O que os alunos dizem sobre o Early Guidance

Júlia Radamés, uma das alunas que integram o programa, destaca a importância do trabalho personalizado.

“Acredito que a análise individual é fundamental, já que as pessoas têm valores e interesses diferentes. O processo é longo e essa análise permite que o orientador te conheça cada vez mais. O perfil de cada aluno é uma das partes mais decisivas na escolha de uma universidade. Além disso, o fato de que todos os orientadores têm experiência pessoal, ou seja, já estudaram em universidades americanas, ajuda muito”.

“Tenho aprendido ferramentas cruciais para entrar e me adaptar à faculdade no futuro, em especial a organização do tempo e dos horários e a prática de atividades extracurriculares, fatores que aprendi serem essenciais aos estudantes americanos. Como resultado do programa, fui aceita em dois cursos de verão esse ano (um de Harvard e outro da University of Chicago), provando mais uma vez a eficiência do Early Guidance”, conta Júlia.

Para Ana Victoria de Oliveira Vasconcellos, o Early Guidance vem aumentando a certeza que ela tinha de que estudar nos EUA seria o caminho certo a seguir.

“Desde que me entendo por gente tenho o sonho de estudar fora. Especificamente nos Estados Unidos, pois sempre tive a impressão de que lá tudo era melhor. E eu estava certa. Desde que comecei a ter as reuniões do Early Guidance venho me surpreendendo cada dia mais com o sistema universitário americano”.

“Em cada reunião, além de compararmos o “lá” com o “aqui”, também aprendo coisas novas. Por exemplo, você sabia que só precisa escolher seu curso após 2 anos de faculdade? Ou que lá você tem uma carga horária menor que a daqui? Ou até mesmo que você pode fazer seu curso e sua especialização, tudo junto?”

“E que os professores se preocupam com você e que realmente querem ver o seu sucesso? E que você ainda mora e pratica esportes na faculdade, e ganha bolsa? Aposto que não pois é uma realidade totalmente diferente da nossa”.

“Então, o que eu realmente tenho a dizer do Early Guidance é que ele só me fez ter mais certeza do que eu quero. Mais certeza de que meu futuro me aguarda lá!”, diz Ana Victoria.

Do Early Guidance para Harvard

Pietro Leite é um exemplo perfeito de como a preparação correta desde o início do ensino médio, alinhada a uma boa mentoria e ao empenho do aluno, pode levar o estudante a conquistar a vaga em sua universidade dos sonhos.

“Em cada sessão, o Early Guidance me esclareceu sobre como ocorre o processo de candidatura, o funcionamento das universidades nos EUA, como elas diferem das brasileiras etc.

Além disso, fora das sessões, a equipe me oferece um suporte enorme para a parte mais burocrática dos processos seletivos. Por exemplo, no final de fevereiro, decidi que queria fazer um programa de férias nos EUA, mas já estava muito em cima da hora.

Eu nunca havia me candidatado para qualquer programa no exterior e quase desisti. No entanto, graças à Daqui pra Fora, consegui preencher e mandar toda a papelada, e acabei sendo aceito no programa de verão de Harvard.

Enfim, a equipe é extremamente diligente e responsável, tiraram todas as minhas dúvidas e nunca me deixaram na mão. Com certeza, é um investimento que vale a pena”, atesta Pietro.

A aceitação no programa de verão de Harvard era apenas o início do trabalho de orientação do Early Guidance da Daqui pra Fora. Anos mais tarde, graças a esse trabalho em conjunto, Pietro Leite foi aceito em Harvard para iniciar sua graduação em agosto de 2017.